Em evento militar em Goiânia (GO), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o "Brasil vive momentos não muito tranquilos" e depositou nas Forças Armadas a garantia de que a constituição, a democracia e a liberdade serão mantidas "a qualquer preço".
"Uma das poucas coisas que me confortam, como presidente da República, é saber que vocês existem. Que estão ao lado da lei, da ordem e da defesa da nossa liberdade, bem maior de um povo. O Brasil vive momentos não muito tranquilos, mas a certeza da existência daqueles que têm acima de tudo sua pátria conforta toda a nossa nação. Nos momentos mais difíceis da história você soldado brasileiro sempre esteve presente", disse Bolsonaro durante a solenidade de passagem do Comando de Operações Especiais.
Na ocasião o general de Brigada Carlos Alberto Rodrigues Pimentel substituiu o general de Divisão Gustavo Henrique Dutra de Menezes.
"Temos uma inabalável e disposição para que a nossa constituição, democracia e liberdade sejam mantidos a qualquer preço. Nós sempre estivemos e estaremos dentro das quatro linhas da Constituição. A certeza que temos um futuro promissor passa pelo soldado brasileiro", completou o chefe do executivo federal.
No próximo dia 7 de setembro, feriado da Independência, o presidente confirmou presença em dois atos de apoio ao seu governo. De manhã, participará da manifestação em Brasília, e a tarde, em São Paulo.
Mais cedo, antes de viajar para Goiânia, Bolsonaro conversou com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada e negou um possível golpe de Estado. "Alguns querem, dizem, que eu quero dar golpe. Uns idiotas, eu já sou presidente", afirmou.
Ao grupo, atacou governadores e ministros, defendeu o tratamento precoce para Covid e a compra de fuzil pela população. "Tem que todo mundo comprar fuzil. O povo armado jamais será escravizado. Se você não quer comprar fuzil não enche o saco de quem quer comprar."
O presidente está pressionado com a crise econômica, a alta da inflação em grande parte pelo aumento da tarifa na conta de luz e o revés no Senado em relação ao pedido de impeachment feito por ele contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federeal) Alexandre de Moraes, um dos seus desafetos na corte.
Sobre a pandemia, voltou a insistir que não é possível parar o país. "O tratamento precoce deu certo para mim e para muita gente. Muita gente vai perder alguém para o coronavírus. Lamento. Acontece. A vida é essa. Agora, destruir um país por causa disso?", disparou.
Em um claro ataque aos ministros do STF, reclamou da decisão que quebrou o sigilo de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro. "O sigilo do advogado do Adélio [Bispo] não quebram. Me conformo por não estar um canalha no meu lugar. Se estivesse aqui, vocês estariam na fossa há muito tempo. Não pode um ou dois caras estragar a democracia do Brasil. O câncer já foi para o TSE. Temos que colocar um ponto final nisso."
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