O agronegócio é uma das principais atividades econômicas brasileiras. Detentor de uma importante participação na geração de riquezas para o país, o setor tem se modernizado com o passar dos anos, o que permitiu não só produzir com foco para o abastecimento interno, como também para a exportação. Dessa forma, a atividade também tem despertado o interesse dos investidores.
Em 2021, o agronegócio foi responsável por 27,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O dado integra os estudos sobre o setor realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea-USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Também em 2021, a exportação de produtos agrícolas atingiu a cifra de US$ 281 bilhões, o que colocou o Brasil no 25º lugar entre os maiores exportadores do agronegócio no mundo, conforme o Relatório da Organização Mundial do Comércio (OMC).
No ranking global, o Brasil é o maior exportador de soja e açúcar do mundo. Em 2021, os produtos foram responsáveis por movimentar US$ 38 bilhões e US$ 8,5 bilhões, respectivamente, em vendas para o comércio exterior.
Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do então Ministério da Economia, que revelou, ainda, que entre os produtos com maior volume de exportação estão o algodão, o café e o milho. Cada um deles movimentou US$ 6,8 bilhões, US$ 5,8 bilhões e US$ 4,2 bilhões, entre janeiro e dezembro de 2021.
Investir em empresas do agronegócio é uma forma de fomentar o setor e, também, obter retorno financeiro com uma atividade consolidada no país. Para isso, o investidor pode seguir uma carteira recomendada por especialistas do mercado financeiro.
Mas antes de começar a investir, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) alerta sobre a necessidade de conhecer as propriedades dos ativos disponíveis, como segurança, rentabilidade e liquidez.
Outra recomendação é identificar a tolerância aos riscos para saber qual é o tipo de investimento mais compatível com o perfil do investidor. Tanto a renda fixa, mais indicada para investidores conservadores e moderados, quanto a renda variável, recomendada para quem é mais arrojado, oferecem opções de ativos agrícolas.
Na renda fixa, os investidores podem optar pelas Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). São títulos que captam recursos para financiar o setor. Após o prazo determinado, o investidor resgata o valor com o acréscimo de juros.
Os investimentos em renda fixa são considerados mais seguros. No caso da LCA, há a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O valor mínimo para o investimento é de R$ 1 mil e o prazo mínimo de resgate é em torno de 90 dias.
O CRA é mais indicado para investidores com perfil moderado, que estão dispostos a arriscar em prol de uma maior rentabilidade. O investimento não conta com a cobertura do FGC, mas tem capacidade para oferecer um retorno financeiro mais alto. O valor mínimo da aplicação também é de R$ 1 mil.
Já na renda variável, as opções são as commodities agrícolas e os Fundos de Investimentos em Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro). O termo commodity é usado como definição para mercadorias de origem primária e com baixo valor agregado.
Elas podem ser provenientes do agronegócio, como é o caso da soja, do café, do açúcar, do trigo, do milho, entre outros. Como também podem ser minerais ou ambientais
O investimento em commodities é feito através da compra de ações de companhias que exportam produtos agrícolas e estão listadas na Bolsa de Valores (B3). As commodities oportunizam rendimentos mais altos, porém são investimentos mais arriscados por conta da alta volatilidade.
O Fiagro foi criado em 2021. Para a constituição, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tomou como base a legislação dos fundos de investimentos imobiliários (FIIs). Por isso, há similaridades entre ambos.
Na prática, os investidores compram cotas para a participação em imóveis rurais ou a aquisição de títulos mobiliários. Os recursos são direcionados para financiar as cadeias produtivas do agronegócio.
Assim como nos FIIs, há duas formas de remuneração: através da distribuição do lucro com a venda ou a locação dos imóveis e, também, com a revenda da cota após a sua valorização.